quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Um pouco de nada

Sinto vontade de ler muitos livros, mas não consigo ler nenhum. Penso em reler meus poemas, mas já não tenho certeza se eles valem alguma coisa. Gostei mesmo foi de Dom Quixote. A loucura é mesmo uma sanidade. Não consigo me organizar: assisti um pedaço de um video-tape do jogo Inglaterra e Croácia. Já sabia que a Inglaterra perderia de 3 a 2 para a Cróacia e não se classificaria para a Eurocopa. Vi dois gols da Croácia. Foi o bastante. Pensei nesse blog que resolvi montar. Mas para quê... (não posso colocar interrogações porque meu micro está uma merda... toda vez que tento digitar uma interrogação ele sai da página da net). Deste modo, não interrogo mais, apenas reticencio a vida. Penso na vida, vejo trechos de filmes, programas esparsos de programas em minha televisão com tv a cabo pirateado (minha gatonet). Hoje também vi um programa no History Channel sobre o helicóptero Apache das forças americanas. Legal, mas, e daí... (reticências são interrogações nesse blog e na minha vida). Meu computador me força a reticenciar-me, talvez meu micro entenda minha alma. Sinto vontade de retomar o ritmo de ver filmes quase que diariamente. Descobri, sem querer, que está passando Gênio Indomável na Bandeirantes. Essa rede bizarra, mas que me proporcionou esse bom filme. Falei bom sem pensar muito. Mas perto do jogo da Inglaterra é muito bom. Atualizei o site da Federação dos Metalúrgicos. Li sobre toda disputa da CPMF, as manobras, as negociatas e tudo mais que a política pode nos proporcionar. Se assim posso dizer. Li um pouco do Blog do Guto Ruocco e gostei do que ele disse sobre o efeito de Belo Horizonte em sua alma. Também li o Blog do Márcio Dal Rio. Esse é mais hermético. Mais poético e o Márcio subverte o mundo na forma de suas retinas líquidas. Não é à toa que o sobrenome é Rio. Gosto dos seus textos cotidianos. Quanto à subversão da realidade, tive uma decepção muito grande quando cursei filosofia na Unesp. Isso em 1996, quando eu acreditava no mundo ainda. Numa aula, estudando Hume sobre o conhecimento humano (não me lembro o título da obra) ele me fez uma revelação que fudeu minha poesia e minha tacanha tentativa de subverter o mundo. Hume revela que no fundo a poesia é uma forma de unirmos várias coisas e elementos diferentes para formarmos uma metáfora, mas essas porras de metáforas não criam nada além do que já existe. A função do poeta é combinar elementos distintos, e pensamos estar criando um novo mundo ou novas explicações, mas a poesia só combina o que já existe. Não cria nenhum elemento novo. Isso acabou comigo, pois eu pensava que ao escrever poemas estava criando um novo mundo para minha esquizofrenia. Eu precisava daquela ilusão, mas Hume fudeu tudo, acabou com minha insanidade e depois daquele dia praticamente não escrevi mais nada. No fundo eu queria criar um mundo para mim. Parei de tentar criar novos mundos com palavras, com meus legos dos teclados. Comecei a fumar cigarro de palha. É bom porque me faz tossir. Tossir é uma palavra que gosto de escrever e pronunciar. A cada dia perco a vontade de fazer as coisas. Tudo o que me dava prazer também me remete ao nada. Estou estudando español, também gosto da palavra abuela (avó). Como só fiz algumas aulas tento colocar minha avó em tudo só para dizer abuela. kkkk. Sou patético, mas repito: abuela! Estava trabalhando 13 horas por dia, agora saio às 17 horas e às 17h30 estou em casa. Com o tempo que me sobra agora estou podendo escrever essas merdas. Estou comprando a obra completa de Jorge Luis Borges. São quatro volumes e vou me esforçar para lê-las, senão ficarão como vários livros que tenho e que estão de enfeite na estante, só para eu passar um ar de intelectual. No fundo leio pouco. Adoro mesmo é futebol. Vou ficando por essas linhas desencontradas, mas que entrelaçam todo o meu ser.

O mundo foi feito...

...para ser subvertido. (pensei nessa frase a tarde inteira, como uma música ressoando em minha mente)

Quero ser Bukowski


Quero ser Bukowski: transformar o mundo numa baciada do Brás, converter a burocracia em destilaria e viver no mundo sem o capcioso compromisso de que temos que transformá-lo. Compreender definitivamente (sem titubear) que o verdadeiro amor só se realiza no puteiro e viver compromissado com a poesia.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Texto de Mikhail Bakunin (1814-1876)

"Assim, sob qualquer ângulo que se esteja situado para considerar esta questão, chega-se ao mesmo resultado execrável: o governo da imensa maioria das massas populares se faz por uma minoria privilegiada. Esta minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários e pôr-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem duvida disso, não conhece a natureza humana."